JUCEJE GESTÃO EMPRESARIAL

JUCEJE GESTÃO EMPRESARIAL
Consultoria na área Administrativa, Financeira, Gestão de Pessoas e Coaching

sábado, 21 de abril de 2012

matéria Relacionamento aponta o reflexo de si no outro - com a minha participação


Comportamento
Relacionamento aponta o reflexo de si no outro
São José do Rio Preto, 9 de agosto de 2009
  Orlandeli/Editoria de Arte  

Renata Fernandes

Assim como espelhos refletem a imagem daqueles que os olham, parcerias amorosas costumam ser o reflexo dos envolvidos na relação. Ocorre desse jeito: “a pessoa que fica com um companheiro que a considera burra se reconhece como burra. Por outro lado, aquela que opta por unir-se a alguém que a vê como inteligente também corrobora essa maneira de ser vista”, diz o psicoterapeuta Alberto Lima, em artigo de sua autoria. Sempre? Não. Muitas vezes, de acordo com ele, o julgamento do outro não é confiável. A psicóloga Silvana Parreira de Jesus, de Rio Preto, diz que isso acontece devido a autoestima e ao processo de autoconhecimento. “Mulheres que só conquistam homens que não querem relacionamento sério ou são infiéis, por exemplo, validam a imagem ruim e até distorcida que têm delas mesmas.”
Ela afirma que os processos de valorização, de conhecimento e de padrões de vida são muito necessários na questão da autoimagem.

De acordo com a psicoterapeuta cognitivo-comportamental Ana Cristina Penteado Lopes, professora no curso de psicologia no Centro Universitário de Norte Paulista (Unorp), as escolhas amorosas são feitas com base em diversos fatores, entre eles social, ambiental e/ou devido à história de vida de cada um. Desse modo, as pessoas aprendem a gostar daquelas que de alguma maneira se parecem com outras amadas no passado, desde a infância. Ou usam as próprias carências como critério de escolha, já que o (a) eleito (a) poderá ajudar a suprir determinadas faltas. E podem optar ainda por coincidências nas afinidades, que podem estar nas mais variadas áreas, como lazer, esporte, cultura, religião e/ou profissão. Ana considera que as semelhanças existentes entre a maneira como cada indivíduo enxerga o mundo, o futuro e as outras pessoas também podem ser avaliadas.

Por isso, ela acredita que o outro nem sempre reflita a imagem do par, mas o complemente. “Como o casal deve concordar em vários aspectos, com certeza haverá comportamentos e atitudes parecidas.” Silvana lembra que as pessoas enxergam umas às outras de acordo com a imagem transmitida por cada uma delas. Mas quando se trata de relações amorosas, às vezes, há quem seja o que não é, apenas para conquistar o outro. Assim, é possível que haja espelhamentos irreais. Silvana recomenda sinceridade e franqueza com o par e consigo porque em algum momento o medo e a insegurança aparecerão. “O ideal é ser como realmente é, sem temer, pois em algum momento o real aparecerá.”
Para Lima ao escolher alguém a pessoa opta por uma maneira de ser. Silvana concorda, mas considera que esse modo de agir será com base nos próprios padrões amorosos e de vida. “Escolhe-se uma maneira de ser, dentro de características, opiniões e interesses próprios.”

A professora da Unorp ressalta que o grau de autoestima dos envolvidos também está entre os fatores preponderantes na eleição de um par. Isso porque o julgamento que se faz do outro é baseado, na maioria das vezes, em fatores existentes entre o casal e dentro da própria história de vida de ambos. “Em momentos de satisfação e insatisfação, por exemplo, o julgamento pode estar contaminado por crenças individuais. Exemplo: alguém que tenha como crença a ideia de ser sempre contrariado e injustiçado acreditará ter sido tratado dessa maneira ainda que o outro não tenha agido com essa intenção.”

Rótulos
Rotular pessoas, em especial os pares românticos, é bastante perigoso, de acordo com os especialistas em comportamento. Silvana esclarece que classificar as pessoas sem o devido conhecimento é partir do pressuposto que todos reagem a uma determinada situação da mesma forma, o que não é real, pois nem todos têm a mesma reação para as mais diversas situações. Ela cita o caso de pessoas que ficam inseguras em iniciar um novo relacionamento por causa do anterior. “Ao pensar que a nova relação será igual à antiga ou que terminará do mesmo jeito, com traição ou ciúme obsessivo, por exemplo, a pessoa pode deixar de vivenciar uma nova história, um novo ciclo de vida.” Na opinião de Ana, o ideal é avaliar o porque da mesma leitura sobre um fato novo. Ela diz que é preciso entender os próprios motivos, assim como os dados pelo outro, para tais pensamentos. Ela lembra, no entanto, que para dar continuidade a uma relação é necessário haver várias adequações ao novo modo de vida, que deixa de ser o de solteiro para o de ‘comprometido’.

“Quem não se adequar terá de viver sozinho ou com o outro ao lado como ‘enfeite’. As mudanças geram somas e subtrações. Quando se está com alguém não é possível agir como se estivesse só. É preciso fazer concessões e ajustes para que as mudanças e os novos comportamentos façam com que o relacionamento seja cada vez mais satisfatório para os dois.” Especialistas em comportamento ressaltam que não há garantias sobre a escolha correta do par, pois somente por meio da vivência e do companheirismo do dia a dia é que o casal saberá se o relacionamento dará certo. “Os envolvidos vão se conhecer melhor no cotidiano, ao compartilhar momentos bons e ruins, ao lidar com as demandas, sentimentos e emoções da vida a dois.” Silvana acredita que a escolha correta surge quando há respeito, fidelidade e sinceridade, ingredientes básicos e necessários para qualquer relacionamento.

Ana concorda e enfatiza que as pessoas precisam observar como se sentem na maior parte do tempo em que estão acompanhadas. Ela sugere o seguinte autoquestionamento: “Como me sinto ao lado desta pessoa?”, “Na maioria dos momentos estou feliz ou infeliz?”, “O outro faz com que eu tenha vontade de ser melhor?”, “Gosto de quem sou quando estou com esta pessoa?”, “Sou tratado com respeito no que faço e sou?”, “Minha família é tratada com respeito?”, “As brigas ocorrem por motivos que levam a relação a algum lugar?”, “Há acordos ou sempre prevalece a opinião do outro?”, entre outras. Mais do que encontrar alguém para se relacionar, ao fazer uma escolha amorosa a pessoa coloca em “jogo” a própria felicidade, já que, segundo as psicólogas, o que todos buscam é a realização amorosa. Além disso, a vida cotidiana tende a ser alterada quando se deixa de ser solteiro para namorar ou casar. Ana cita que os locais frequentados mudam e os amigos aumentam ou diminuem, conforme a dinâmica do casal. Portanto, veja bem o espelho que pretende ter ao lado.

DICAS:


:: Seja claro sobre o que ou quem realmente quer. Descubra a real essência do que deseja
:: Não olhe só os erros do (a) parceiro (a)
:: Não fique só no campo das reclamações. Observe os atos bons
:: Seja e esteja aberto (a). Deixe o Universo te surpreender
:: Sinta as próprias emoções, sentimentos, intuições e sensações. Deixe as ‘coisas’ acontecerem na hora e da forma como devem
:: Ame-se da mesma maneira como deseja que outros te amem
:: Ame aos outros da forma como quer ser amado (a)
:: Ofereça seu amor sem pedir nada em troca
:: Você reflete a forma como se trata na hora em que está em contato com o outro
:: Faça uma reciclagem na própria vida. Largue tudo o que não funciona mais para ter novas oportunidades de vida
:: Aposte no relacionamento, na vida amorosa. Vale a pena e compensa
:: Pesquisas revelam que viver junto com alguém, desde que seja uma união de convivência prazerosa, carinho e respeito por si e pelo outro, faz bem ao corpo, à mente e melhora a qualidade de vida
:: Busque alguém porque deseja companhia e não para fazê-lo (a) feliz
:: Vá a locais aos quais gosta de frequentar e não apenas para arrumar encontros
:: Deixe claro, desde o início, as atitudes do outro que não lhe agradam
:: Deixe o outro ser o que é para não ter surpresas no futuro
:: Vá a lugares diferentes com o (a) parceiro (a) e observe as atitudes dele (a)
:: Nunca deixe de fazer o que é importante para você
:: Por mais que no começo a vontade seja a de ficar o tempo todo com o novo par isso não é saudável
:: Converse sobre todos os assuntos
:: Ouça o outro
:: Fale sobre seus sentimentos

Fonte - Ana Cristina Penteado Lopes e Silvana Parreira de Jesus, psicólogas

Amadurecimento gera escolhas saudáveis
Para se livrar de velhos padrões de comportamento, que podem gerar escolhas insensatas, é preciso amadurecer e buscar o autoconhecimento. A psicoterapeuta cognitivo-comportamental Ana Cristina Penteado Lopes afirma que para escolher diferente é preciso agir diferente. “O sentido da vida é amadurecer.” De acordo com a psicóloga Silvana Parreira de Jesus, a aproximação entre duas pessoas está muitas vezes relacionada ao psiquismo de cada indivíduo, onde há pouco conhecimento e controle. “O padrão de escolha pode ter influência familiar, de amigos e da cultura, além da fantasia de muitos em encontrar a princesa ou o príncipe encantados.” Por isso, ela afirma que é necessário conhecer os próprios padrões amorosos, possível apenas por meio do autoconhecimento. As pessoas têm de rever o passado e analisar o que os parceiros (as) tinham em comum, o que ofereceram, o que tiraram e o que buscavam.

Ao responder essas questões, ela recomenda verificar quais foram os padrões dos relacionamentos amorosos e mudar as situações e os tipos de escolhas que não agradam mais. “Dê um basta naquilo que não deseja mais.” Apesar do medo que a maioria sente em mudar, Ana lembra que as mudanças ocorrem por toda a vida, desde o nascimento até a transição da infância para a adolescência e assim por diante, sem falar das transformações profissionais, perdas e ganhos do decorrer da existência. “São essas mudanças e psicoterapia que podem fazer as pessoas crescerem.” Além disso, Silvana acredita que para escolher alguém “diferente”, se for esta a intenção, é viável estar aberto (a) ao amor, ao relacionamento e a ter novas atitudes e comportamentos diante das situações. “Não faça tudo igual e repetido apenas pelo comodismo, medo e/ou insegurança do novo. Muitas pessoas têm sempre o mesmo estilo de par por medo de vivenciar o novo.”

Ana ressalta que bom caráter, lealdade, autorrespeito, boa autoestima, honestidade e coerência são qualidades apreciadas e valorizadas em qualquer escolha afetiva. Outro ponto a ser considerado é o que o destino reserva para cada indivíduo. Independente da religião ou filosofia de vida, é bom considerar que certa parcela da vida está nas mãos de Deus, da Vida, do Universo, ou do nome que se deseje dar. Desse modo, há ligação, ainda que tênue, entre o ‘destino’ e as escolhas psicológicas individuais do par. Silvana acredita que até para diferenciar um do outro é necessário autoconhecimento e abertura para a vida e para o amor maior. “Para mim, destino e escolhas estão entrelaçados.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário